UFMT exibe 80 curtas de produções independentes nesta quarta-feira (27)

A estreia do Maual deste ano apresenta ‘Sawana – Rainha das formigas’, documentário que retrata o ritual de passagem das meninas do povo Nambikwara para a vida adulta. A produção audiovisual é a primeira da jovem indígena Suyani Terena, da Terra Indígena Tirecatinga, em Sapezal, a 473 km de Cuiabá.

A primeira sessão nesta quarta-feira (26) começa às 20h. Na quinta-feira (28) e sexta-feira (29), às 19h, e no sábado (30), às 17h e 19h. No domingo (1°), a programação exibe ‘Sawana – Rainha das formigas’, às 19h30, e segue com a cerimônia de premiação. Todas essas exibições, que somam 45 curtas, ocorrem no teatro da UFMT.

A mostra também exibe virtualmente mais 35 curtas-metragens pelo canal do Cineclube Coxiponés. Os filmes ficarão disponíveis durante o período de realização da Maual, até 1° de outubro.

Com recorde de inscrições de 325 filmes, a 22ª edição da MAUAL exibe produções de 17 estados brasileiros, sendo 21 filmes mato-grossenses. A participação de estrangeiros é a maior da história e contempla curtas de outros seis países latino-americanos: Chile, Cuba, Argentina, Perú, Equador e Bolívia.

A 22ª Maual também destaca cinco curtas de realizadores indígenas, além do filme de Suyani Terena junto ao troféu — que este ano foi especialmente confeccionado pela ceramista Ludmila Brandão —, os vencedores, escolhidos em 11 categorias pelos júris técnico e popular, também receberão prêmios em serviços, bolsas de estudo, consultorias e valor em dinheiro, pela primeira vez em uma edição.

A 22ª edição tem o tema “Miradas e Memórias Latino-Americanas”. A programação conta com painel sobre produção e distribuição audiovisual com premiados realizadores de diferentes estados brasileiros, além de shows de A Luisa Lamar e da banda Calorosa, respectivamente, na abertura e encerramento da mostra.

O curta documental tem direção de Suyane Terena, de 17 anos, que também assina o roteiro com Jadersom Cristiano, de 20 anos. A produção também tem participação da realizadora Diana Freixo na captação do som e na edição.

Segundo Suyani, o enredo que culminará no registro do ritual da Menina Moça, tradição do povo Nambikwara, retrata um processo de passagem para a vida adulta, com a entrada na puberdade e primeira menstruação.

A jovem integra a Organização Thutalinansu, que reúne mulheres das etnias pareci, nambikwara, manoki e terena, onde desenvolve um trabalho de comunicação. Foi pela atuação junto ao coletivo que ela chegou à Maual, por meio da produtora executiva da mostra, Danielle Bertolini, em sua primeira experiência com o audiovisual.

‘Sawana – Rainha das formigas’ foi filmado nos meses de julho e agosto, na aldeia Cabeceira do Jabuti, com o apoio da Organização Thutalinansu. Segundo Suyani, a produção é mais uma ação para visibilizar a cultura das mulheres indígenas e transmitir a importância da preservação das tradições e dos saberes indígenas.

A jovem também foi contemplada pelo projeto Maual Lab, laboratório de desenvolvimento de projetos audiovisuais, nova frente de atuação da mostra na 22ª edição.

G1